segunda-feira, 23 de março de 2020


QUARENTENA

Na guerra e na doença
As pessoas se agarram a
Seus ódios, amores e emoções

Um vírus invisível
Corre o mundo
Estrebuchamos em convulsões

A boca tinta de sangue
Marcando tal um selo fatal
A vida de cada um

Por variadas causas
Lembramos-nos de nos

Lucidez e coragem
Diante da fatalidade

Delírio, indiferença, pavor mortal
Em face da ameaça latente

A foice cega, implacável
Não se sabe e nem se escolhe
Onde e quando cairá

Na multidão há de tudo
Alguns bebem desesperadamente
Outros choram

Desespero e enlouquecimento
Loucura coletiva

Estado de pânico

Amanhã, depois da Pandemia
Distante no tempo

Para os que ficarem recordar
Viver melhor o seu tempo presente

Agora resta-me ri (...)
(De nervoso)
E escrever o poema.

(Autor: José Soares)